Bioética em Ciência e
Investigação
CASO
1
Perante a informação
apresentada no caso, não é possível retirar conclusões definitivas, sendo, no
entanto, possível verificar que a conduta do investigador foi eticamente
incorreta.
Durante um protocolo de
investigação, é obrigatório o uso do número mínimo de animais necessários.
Neste caso, o investigador ao administrar o fármaco aos últimos cinco ratinhos
sem realizar o teste para os efeitos tóxicos, acabou por sacrificar cinco
animais sem ter sido retirado qualquer tipo de informação útil do seu sofrimento.
Por outro lado, neste
exemplo, é posto em causa a integridade. A Declaração sobre a Integridade
Científica refere-se ao conceito como o modo de ser e de se agir independente
de conveniências particulares e ser-se imune a pressões exteriores, suscetíveis
de influenciarem comportamentos, de acordo com interesses sectários. Neste
caso, a integridade foi comprometida por um interesse pessoal do investigador
que pretendia ir de férias.
Adicionalmente, põe -se
em causa a responsabilidade social. Como o investigador não concluiu o estudo
dos efeitos tóxicos, não se sabe se aqueles ratinhos não teriam uma reação
negativa ao fármaco em estudo. Não se sabe, porventura, se a dose administrada
nesses ratinhos teria sido a dose com maior concentração. Este tipo de ação é
extremamente perigosa tendo em conta que, quando o fármaco for experimentado em
humanos, poderá levar a efeitos tóxicos e danosos para a saúde, que poderiam
ser evitados com uma correta conclusão do estudo.
Por último, não existe
método de cálculo estatístico eficaz para conseguir extrapolar informação de 45
ratinhos para 50 ratinhos. Seria necessário um número maior de análises para
que esta extrapolação fosse significativa.
CASO
2
Neste caso, está em causa
a responsabilidade social, porque, mesmo não tendo provocado alteração dos
resultados, este erro é potencialmente enganoso. Assim, se este estudo servir
de base a estudos posteriores, os seus resultados poderão ser inválidos, e tudo
isto devido ao erro inicial.
Adicionalmente, este caso
põe em causa a honestidade e a integridade do investigador, pois o mesmo decide
ignorar o erro e não comunicar à revista.
Uma das soluções
possíveis para este caso seria a elaboração, por parte do investigador, de uma
errata, explicando o erro matemático, e submetendo para a revista.
CASO
3
O
respeito e a confidencialidade são aspetos éticos a considerar em investigação.
Tendo em conta que a recolha de dados efetuada pelo Dr. Wexford, IP, inclui
informação de cariz genético não será ético e correto fornece-los a outra
equipa de investigação. Para além disso, ceder os dados individuais continua a
ir contra os princípios da ética, uma vez que os participantes concordaram e
assinaram um consentimento informado que dizia respeito apenas ao estudo
dirigido pelo Dr. Wexford. Por outro lado, se o mesmo decidisse proceder à
realização do estudo ponderado pela outra equipa também não seria justo e
credível essa mesma equipa ficar com todo o mérito e responsabilidade dessa
investigação, pois não tiveram que despender tempo nem recursos financeiros
para proceder à recolha de dados.
Para
tentar solucionar o cerne da questão, “Devo partilhar ou não os dados que
recolhi?”, é muito importante que o IP tenha informação suficiente para
conseguir decidir. Para tal, o mais correto seria sujeitar este problema à
análise da comissão nacional de proteção de dados e à comissão de ética.
Portanto, facilmente se percebe que a decisão não compete apenas ao Dr.
Wexford, mas também a outras entidades igualmente responsáveis pela
investigação em curso.
Propor
uma colaboração entre as duas equipas seria a melhor solução para esta
situação, pois para além de se poupar recursos financeiros estava também a
contribuir para o avançar mais rápido da ciência.
A
investigação com seres humanos pode gerar inúmeros dilemas e impedimentos à
investigação ou à apresentação de dados. Posto isto, é fundamental que se
proceda com precaução e que sejam adotados procedimentos, processos de tomada
de decisão e métodos que outras comissões e entidades defendem e
que devem ser respeitadas.
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