Ética em Medicina Forense:
violência doméstica,
indicadores de abuso
Caso clínico 3
“Imagine que se encontra num
Serviço de Urgência hospitalar e dá entrada uma criança do sexo masculino de 7
anos, acompanhada pela mãe e pela psicóloga da escola. A psicóloga referiu que,
por comportamentos estranhos por parte da criança, como “despir-se em frente
aos colegas da turma e a manipular os genitais” terá sido chamada a avaliá-la,
tendo-lhe a criança confidenciado que fazia o mesmo em casa com o tio mas que
este teria dito que era “um segredo só deles que não podia contar a ninguém”. O
tio da criança estaria a trabalhar em Lisboa há cerca de um mês e ainda não
teria regressado a casa.”
a)
Refira como procederia em relação à situação descrita.
Tendo em conta a situação
exposta, seria útil obter mais informações sobre o contexto biopsicossocial da
criança completando este com informações adicionais provenientes da psicóloga
escolar. Até obter um esclarecimento cabal da situação, devemos reter a criança
durante o máximo período possível, registando de forma precisa as diversas
evidências recolhidas assim como encaminhar a criança para um serviço mais
especializado na situação referida (se possível, Médico Legista.)
b)
Se observasse esta criança sem possibilidade de recorrer
ao especialista de medicina-legal, como procederia?
Não sendo possível recorrer ao
serviço de Medicina Legal, devemos registar de forma precisa, e se possível
fotografar, todas as evidências do hábito externo, avaliar a evolução temporal
das evidências recolhidas e possível correlação temporal com a suspeita de
abuso por parte do tio. Dever-se-ia também questionar a psicóloga sobre quando
se verificou o início dos comportamentos inadequados da criança. Correlacionar
todas estas evidências com a janela temporal de convivência com o tio para se
apurar a veracidade da suspeita de abuso.
c)
Diga justificando qual o diagnóstico mais provável?
Tendo em conta as evidências recolhidas
estamos possivelmente perante um caso de abuso sexual, se houver correlação
temporal com a convivência com o tio.
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