domingo, 21 de maio de 2017

Ética em Medicina Forense:
violência doméstica, indicadores de abuso

Caso clínico 3
“Imagine que se encontra num Serviço de Urgência hospitalar e dá entrada uma criança do sexo masculino de 7 anos, acompanhada pela mãe e pela psicóloga da escola. A psicóloga referiu que, por comportamentos estranhos por parte da criança, como “despir-se em frente aos colegas da turma e a manipular os genitais” terá sido chamada a avaliá-la, tendo-lhe a criança confidenciado que fazia o mesmo em casa com o tio mas que este teria dito que era “um segredo só deles que não podia contar a ninguém”. O tio da criança estaria a trabalhar em Lisboa há cerca de um mês e ainda não teria regressado a casa.”

a)      Refira como procederia em relação à situação descrita.
Tendo em conta a situação exposta, seria útil obter mais informações sobre o contexto biopsicossocial da criança completando este com informações adicionais provenientes da psicóloga escolar. Até obter um esclarecimento cabal da situação, devemos reter a criança durante o máximo período possível, registando de forma precisa as diversas evidências recolhidas assim como encaminhar a criança para um serviço mais especializado na situação referida (se possível, Médico Legista.)

b)      Se observasse esta criança sem possibilidade de recorrer ao especialista de medicina-legal, como procederia?
Não sendo possível recorrer ao serviço de Medicina Legal, devemos registar de forma precisa, e se possível fotografar, todas as evidências do hábito externo, avaliar a evolução temporal das evidências recolhidas e possível correlação temporal com a suspeita de abuso por parte do tio. Dever-se-ia também questionar a psicóloga sobre quando se verificou o início dos comportamentos inadequados da criança. Correlacionar todas estas evidências com a janela temporal de convivência com o tio para se apurar a veracidade da suspeita de abuso.

c)       Diga justificando qual o diagnóstico mais provável?

Tendo em conta as evidências recolhidas estamos possivelmente perante um caso de abuso sexual, se houver correlação temporal com a convivência com o tio.

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